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quinta-feira, 21 de abril de 2022

III Projeto de Publicação Premuada VI

[



18/4 10:02] José Do Carmo ES: III Projeto Publicação Premiada
Texto 26
Autor: José Carlos do Carmo
Autorizo Publicação
Concordo com as regras do evento.

A PESCA, O RECONHECIMENTO

Balances-me em minha rede
E na minha rede me deixes...
Jogues tua rede no rio verde
E pesques os nossos peixes;
Eu direi-te: amor, muito grato
Por encheres o nosso prato!


Só hoje é que será assim
Serei eu quem pesca depois
Servirei-te bem até o fim...
Pescarei sempre para nós dois!
Tu mereces de verdade
Que eu te faça bondade!

Se fosse preciso eu sei
Que me darias tua vida
Por isso eu sempre hei
De fazer por ti, querida
Tudo o que tu farias
Por mim todos os dias!

Ou melhor, tentarei fazer,
Pois tudo são coisas demais...
Vou ficar sempre a te dever
Pois eu não serei capaz.
Vou ficar devendo assim
À ti que não cobras de mim.
(Santa Teresa-ES, 18 de abril de 2022)
[18/4 15:20] marceloescritor: *III Projecto Publicação Premiada*
Número de texto: 11
Autor: Olinda Vilanculos
Autorização de Publicação
Concordo com as regras do evento.

Estou indo

Primeiro, faltou-me infância
Lata de água não era problema na minha cabeça
Pastar gado até ao pôr-do-sol com a própria carroça
Fazia tudo, nunca comportei-me como viçosa.

Segundo, o desejo veio com o meu cérebro reinar
Aí conheci o make-up 
Que acabei esquecendo machamba, pobreza e xima-up
Na mala, só queria sainhas e as próprias blusinhas
Ter IPhone para tirar fotos e ficar toda mocinha.

Entregava a saia para ter dinheiro
Dançava para atrair os homens, excepto jardineiro
Ou mesmo tesoureiro, mas sim um Engenheiro
Eu, que pastava o gado até ao pôr-do-sol
Ocultei aquilo porque queria brilhar como girassol
Mas foi do lado errado que tomei o sumol.

Estou indo
Não tive boa coisa para contar
Só resta-me regressar filho Pródigo
Das coisas que fiz, não serei mais digna
Apenas desculpas sem fim.
[18/4 15:20] marceloescritor: *III Projecto Publicação Premiada*
Número de texto: 13
Autor: Olinda Vilanculos
Autorização de Publicação
Concordo com as regras do evento.

O paradoxal

Acordamos 
Não dobramos as mantas
Destampamos as panelas
Rasgamos cadernos
Partimos as canetas.

Além de varrer, levitamos a vassoura
Partimos pedras por tesoura
Vedamos horta por rede mosquiteira
Colocamos porco no colo
Pusemos águas nos poros.

Distribuímos amor por dinheiro
Fechamos os livros
Levamos calções ao trabalho
No Verão, andamos descalços
Trocamos chinelos por camisola.

Conduzimos na cotramão
Limpamos o corpo por máscara
Usamos gravata para segurar a calça
Cozinhamos na chaleira
Os carpinteiros concertaram rádios.

Os surdos escutaram músicas
Dançaram, os estilistas
O Sem membros inferiores
Caminharam longas distâncias
Enfim, o paradoxal.
[18/4 15:20] marceloescritor: *III Projecto Publicação Premiada*
Número de texto: 12
Autor: Olinda Vilanculos
Autorização de Publicação
Concordo com as regras do evento.

Sou Kátia

Tão cedo tive que os pais perder
Sai da cidade para com os tios viver
Muitos que são, apenas um quis me acolher
Mas eu tinha um preço a pagar
Como se eu escolhesse o destino a passar.

Eu era maltratada e usada como escrava
Fazia todas actividades que ele mandava
Nem sempre as refeições passava
Não ia à escola, mas os filhos, eu que lhes acompanhava
Era muita areia para o meu camião
Aos poucos me cansava.

Certo dia
Daquela casa tive que fugir
Roubei castanhas, vendi para ter dinheiro de transporte
Finalmente voltei à cidade, mas não tinha onde ir.
Menina da rua, tornei-me.

Os dias se passavam
Nas ruas estendia a mão pedindo moedas
Queria banana, pão, mandioca ou badjia
Dormia no chão, coberta de caixas
Eu, pobre coitada, fui estuprada.

Tive filha
Mas no dia em que os carros circulavam como nos filmes "Fast furius"
Era velocidade por toda parte
Mortalmente a minha filha foi atropelada.

Era fruto de estupro, sim
Mas não tinham que sorrir, tirando fotos
Eu tinha aspecto suíno, mas tinham que dar a mão
Nunca fui colocada adjectivos com simpatia
Nem os maus com ousadia
Bastava-me ser Kátia
Sou Kátia.
[18/4 15:20] marceloescritor: *III Projecto Publicação Premiada*
Número de texto: 14
Autor: Olinda Vilanculos
Autorização de Publicação
Concordo com as regras do evento

O polícia

Não vinha visitar
Não telefonava
Não mandava dinheiro para pão
Os seus ensinamentos nos era difícil implementar
Os dias era longos, lá se iam os 6 meses.

Ele voltou com cicatrizes
Feridas mal saradas
Estórias assustadoras contadas
De balas esquivadas.

Era para defender a Pátria
Mas pareceu que tinha algo imperioso por defender
"Sua vida"
Sempre lhe julgavam
Lhe ofendiam e lhe culpavam
Rsrsrs, não tenham medo
É aquele polícia ladrão
Não entende de direito e a sua arma está sempre sem balas

A sociedade lhe ignorava
Lhe culpavam pelos bandidos soltos
Pela criminalidade na zona
Apenas nos chamboqueiam
Nós inocentes, nos xicoteam
Nos advertem sem a justa causa

Nos prendem só por falta de carta de condução
Nos cautelam por mau uso da máscara
Nos prendem por desobedecer a lei
Mas o Manuel
Não entra na cadeia porque o tio é Polícia

Oh Cinzentinho
Ser Polícia
É escolher encarrar a realidade
Capaz de aguentar os adjectivos "o esfomeado"
Entrar na zona perigosa para recuperar o seu material
Não mandar, mas pessoalmente entrar nas natas para o combate
Sem Polícia, não há tranquilidade.
Tranquilidade?
Com ou sem polícia não há paZ
[18/4 18:02] marceloescritor: *III Projecto Publicação Premiada*
Número de texto:15
Autor: Olinda Vilanculos
Autorização de Publicação
Concordo com as regras do evento.

O cão tinhoso

Naquela tarde
Saltitava, brincava, corria até à outra parte
Latia acorrentado
A corrente o limitava
Eram brincadeiras com fim

Não sabia o que é ir atrás de uma bola
De um animal, de um carro
Ou de alguma coisa em movimento
Não haviam grades, mas não havia paz

Não tomava as injeções recomendadas
Foi à lata de lixo a explicação dada
De tanto lazarento
A raiva de fome se acumulava

Até que um dia chegou a liberdade
Mas não para aquela senhora que no momento passava
A percentagem da vida estava se esgotando

Mal que o cão se aproximou latindo
Acareciou o cão, rindo
O animal era de pouca amizade
Tirou um naco da sua carne
Não havia ambulância nem morgue
A velha beijou a morte.
[18/4 23:19] Ma P Da Silva: ||| Projeto Publicação Premiada
Texto 07
Autora: Maria Pinto da Silva
Autorizo Publicação
Concordo com as normas do evento

SEXTA FEIRA DA PAIXÃO

Sexta feira da paixão
Me lembro desde criança
Que era dia de oração
De jejum e esperança.

Minha mãe dizia: filhos
Vocês precisam aprender
À andar sempre nos trilhos
E à Jesus obedecer.

À amar seu semelhante
Como nos amou Jesus
Com seu amor rutilante
Que por nós morreu na cruz.

Lembro seus ensinamentos
Com palavras de amor
Falava aos seus rebentos
Sobre o Cristo Salvador.

O tempo ficou pra trás
Mas tudo isso eu guardei
E não esquecerei jamais!
Para sempre lembrarei.

Sexta feira da paixão
Dia do renascimento
Consulte seu coração
Reflita por um momento.

Jesus por nós tem tanto amor
Que morreu pelo pecado.
Por nós suportou a dor
E morreu crucificado.

Ele continua nos amando
Cuidando de nós na terra
E nós continuamos pecando
Causando fome e guerras.

Muitas chances tem nos dado
Nosso Deus onipotente
Porque não quer ver condenados
Seus filhos desobedientes

E hoje, nesse dia Santo
Sexta Feira da Paixão
Pense nEle que sofreu tanto
E morreu para nos dar salvação!
              Maria Pinto da Silva: 15/04/2022
[19/4 06:26] José Do Carmo ES: III Projeto Publicação Premiada
Texto 27
Autor: José Carlos do Carmo
Autorizo Publicação
Concordo com as regras do evento.

O QUE O QUERO-QUERO ESTÁ QUERENDO?

Hoje o dia amanheceu friozinho
Se fosse assim o dia inteirinho
Para trabalhar na roça seria bom.

O que o quero-quero está querendo?
Será que ele está dizendo
Que quer o dia todo no mesmo "tom"?

Costuma amanhecer desse jeito
Mas ainda no primeiro eito
O sol já começa a queimar...

Começa a queimar e continua
E enquanto não vem a lua
Ele não passa a abrandar.

Talvez ouvindo o quero-quero
Com o seu insistente lero lero
O tempo mude seu proceder.

Após um frio e muito calor
Com o sol a todo vapor,
Volta o frio no escurecer...

Assim é que costuma ser.
(Santa Teresa-ES, 19 de abril de 2022)
[19/4 08:59] José Do Carmo ES: III Projeto Publicação Premiada
Texto 28
Autor: José Carlos do Carmo
Autorizo Publicação
Concordo com as regras do evento.

O PROJETO É FENOMENAL

Se eu começar logo "acender o fogo"
Vai ser mais incentivo para"o jogo".
Mas se de todo eu não puder
Que seja então quando der.

Pois se um ver alguém do seu País,
Vai querer também mostrar seu nariz.
Ou se ver muitos do além-mar,
Vai logo querer também remar.

Você não vai ficar aí parado
Vendo que em mais um estado
Também tem "jogador jogando"...
Vai também entrar nadando.

Representante bem o País seu
Porque aqui no País meu
Eu sou "um pequeno moço"
Que estou fazendo um esforço.

Representante seu estado ou cidade
Mostrando a sua grande capacidade!
E se puder começar agora,
Não deixe para a última hora.

É para o bem deste projeto
Ao qual temos grande afeto!
Vamos que vamos pessoal:
O projeto é fenomenal!
(Santa Teresa-ES, 19 de abril de 2022)
[19/4 16:10] marceloescritor: *III Projecto Publicação Premiada*
Número do texto: 10
Autor: Egas Tembe
Autorização de Publicação
Concordo com as regras do evento.


*Se Eu Parar Agora*

Se eu parar agora 
Afinal o que será de mim?
Já parei outrora
E tenho remorso sem fim

A jornada é muito longa
Mas eu já estou aqui no Brasil
Meu poema vai e prolonga,
Disparando versos como fuzil.

Venho de longe com vento
Soprando poesia construtiva
Desde lá no meu rebento 
Quando conheci a bela vida

E se eu parar agora
Valerá nada o meu esforço
Já é chagada a hora
De desfrutar o bem saboroso.

Em memória de meu grande pai
Que fizera de mim um nobre poeta,
Darei este prêmio á minha mãe
Tal como ela deu-me o papel e caneta.

Desculpe, Já não é a hora de parar
Escreverei até não poder mais
Pois tenho uma geração por inspirar
Que fará o mesmo com as demais.
[19/4 16:10] marceloescritor: *III Projecto Publicação Premiada*
Número do texto: 12
Autor: Egas Tembe
Autorização de Publicação
Concordo com as regras do evento.


*Não Devo A Ninguém*

Somente devo a Deus
Não a esta terra insana  
Que as heresias profana
Só me resta dizer adeus

Amaldiçoada é esta terra
Que os meus parentes levou
Minha alma tanto chorou
Naqueles tempos de guerra

Não devo a ninguém 
E não pretendo dever mais 
Sou grato aos meus pais 
Por terem feito de mim alguém  

Capaz de fazer história 
Em tudo o que faz 
Sem nunca olhar para trás 
Vou em busca da vitória


Não devo a ninguém 
E não sei sobre o meu destino
Somente o senhor que é Divino 
Me guiará para Jerusalém 

Onde terei sossego
Ouvindo belos louvores
Cheirando lindas flores
Esquecer que sou um cego.
[19/4 16:10] marceloescritor: *III Projecto Publicação Premiada*
Número do texto: 11
Autor: Egas Tembe
Autorização de Publicação
Concordo com as regras do evento.


*Minha Número 1*


Difícil é dizer
O quão eu esmoreço por ela  
Complicado é saber
Se ainda poderei vê-la  
Neste caminho eu quero correr
Para estar um dia ao lado dela

Ela é simplesmente pura,
Aqueles olhos deslumbrantes
No corpo uma pele escura
Na face, seus olhos brilhantes
Baixinha com incrível postura
Nossos filhos seriam gigantes

Cabelos pretos como carvão
Pele mais escura do que a laurentina
Clareza só na palma da mão 
Traços diversos de forma fina
Que roubaram o meu coração 


Antes eu era só mais um 
Mas ela tornou-me alguém
Como eu não já não nenhum,
Como ela nunca haverá ninguém  
Por isso apelidei-a minha numero 1.
[19/4 16:15] marceloescritor: *III Projecto Publicação Premiada*
Número de texto: 20
Autor: Olinda Vilanculos
Autorização de Publicação
Concordo com as regras do evento.

Perguntas do homem sem cor

Adão e Eva foram brancos, sim?
Jesus e os brancos nasceram brancos, sim?
A religião nasceu nos brancos, sim?
A maldade representa a cor negra?

Satanás tem pele negra?
Adão e Eva tem descendentes negros?
Será que os brancos são mesmo superiores?
Quem disse que os negros são inferiores?

O que torna os brancos mais racistas? 
Será que os negros não são racistas?
Será que os brancos nasceram para governar?
Quem disse que os negros servem para mendigar?

O mundo está seguindo a vontade de Deus?
Fazer estas perguntas faz de mim um ateu?
Se for vontade de Deus, isso terá um fim?
Eu não sei se preciso de respostas
Mas quem responderá as questões impostas?
Sei lá, vou engolir minhas perguntas sem respostas.
[19/4 16:20] marceloescritor: *III Projecto Publicação Premiada*
Número de texto: 16
Autor: Olinda Vilanculos
Autorização de Publicação
Concordo com as regras do evento.

Maldita é aquela sexta feira
Daniela era o seu nome
Ficava no hospital
Rápido ela precisava melhorar.

Mas no dia nove
Eu estava comendo Mathapa e Xima
Até que a tia Maria ligou
"Sobrinho, pode não voltar ao hospital, a sua mãe perdeu à vida"
Já não era possível mastigar ou engolir a xima.

As lágrimas desceram pelo rosto
O coração batia forte
Tia, diz que é mentira
A minha mãe só tinha 53 anos
Ela era forte
Tia Maria simplesmente desligou o celular.

A casa enchia de senhoras que lamentavam
Ela deixou 7 filhos que não trabalhavam
Era boa vizinha, minha comadre
Vários comentários, adjectivos
Mas eu só queria ela de volta.

Ao vê-la dentro do caixão
Sem se mexer
Eu queria lhe tocar e sentir o bater do seu coração
Chamando-me filha e que algo melhor viria
Mãe, espero vê-lá um dia.
[19/4 16:20] marceloescritor: *III Projecto Publicação Premiada*
Número de texto: 17
Autor: Olinda Vilanculos
Autorização de Publicação
Concordo com as regras do evento.

Por um momento tudo mudou

Começamos com a lavada das mãos
O uso da máscara e a viseira
Estudamos em prestações
O distanciamento, ultimamente tem sido importante.

Dispensaram beijos e abraços
Já não se fala de passeio e nem amassos
Receio de tossir, pois poucos vão lamentar
Os demais, vão se afastar.

Contaminação atrás se contaminação
Mortes atrás de mortes
Maldita Pandemia
Arrancou-me a tia Mila.

Ela tocava pessoas como é pisar o chão
Evitava beijos, mas não o aperto de mão
Nem sempre colocava máscara
Era sempre corrida
Gostava de brincar com Mahindra
Mas a covid-19 brincou com a sua vida.

Até quando dispensarei a máscara! 
A lavada das mãos ou a viseira?
O aperto de mão ou o abraço temido?
Até quando poderei ver o Armando?
[19/4 16:20] marceloescritor: *III Projecto Publicação Premiada*
Número de texto: 18
Autor: Olinda Vilanculos
Autorização de Publicação
Concordo com as regras do evento.

A fúria da mulher desprezada

Não lhes bastaram as minhas asinhas
O meu look vaidoso
Os meus olhos azuis
A minha pele lisa e castanha
Não lhes bastaram.

O meu corpo corpo sensual
Essas curvas da mulher que rebola
Meu corpo de viola
Eu sou perfeita, sou indomável.

Eu faço sentido
Sou incomparável
Não me deixaram me descrever
Não quiseram me olhar
Mana, nem quiseram me escutar.

Agruparam-me em termos semelhantes
Mas em mim eu estava confiante
Rsrsrs, mana a vida é uma roda
E agora eu estou em baixo dela.
[19/4 16:20] marceloescritor: *III Projecto Publicação Premiada*
Número de texto: 20
Autor: Olinda Vilanculos
Autorização de Publicação
Concordo com as regras do evento.

Perguntas do homem sem cor

Adão e Eva foram brancos, sim?
Jesus e os brancos nasceram brancos, sim?
A religião nasceu nos brancos, sim?
A maldade representa a cor negra?

Satanás tem pele negra?
Adão e Eva tem descendentes negros?
Será que os brancos são mesmo superiores?
Quem disse que os negros são inferiores?

O que torna os brancos mais racistas? 
Será que os negros não são racistas?
Será que os brancos nasceram para governar?
Quem disse que os negros servem para mendigar?

O mundo está seguindo a vontade de Deus?
Fazer estas perguntas faz de mim um ateu?
Se for vontade de Deus, isso terá um fim?
Eu não sei se preciso de respostas
Mas quem responderá as questões impostas?
Sei lá, vou engolir minhas perguntas sem respostas.
[19/4 16:20] marceloescritor: *III Projecto Publicação Premiada*
Número de texto: 19
Autor: Olinda Vilanculos
Autorização de Publicação
Concordo com as regras do evento.

Guarda

Não se importam se sirvo de isca
Se vou morrer lhes servindo
Ganhando miséria
Eles não se importam.

Se passo noites acordado
Guarnecendo suas lojas fardado
Com medo de ser baleado ou agredido
Com medo de morrer no trabalho.

Se a minha família está bem
Se não lhes falta pão na mesa
Eles não se importam
Isso não me conforta.

Minha mãe passa noites acordada
Tremendo de angústia
Esperando nas manhãs
A minha preciosa volta
Mas eles não se importam.
[19/4 16:36] marceloescritor: *||| projecto publicação premiada*
Número de Texto: 01
Autor TAV escritor
Autorização de publicação
Concordo com as regras do evento 

No bar ao lado 

É onde me encontro 
Trocando copos 
Com gente que ném conheço
Por razões que agente conhece

Às vezes acho que também 
Tens sentido saudades 
Dos laços ou dos copos 
Que na briga quebramos 

Sai para bater uns copos 
E me libertar da sede 
Das lembranças 
Que me unem a ti

Assim como eu
Só espero que tenhas 
Encontrado a felicidade
Pois sem isso não existem 
Razões para continuarmos 
A viver 

TAV
[19/4 16:44] marceloescritor: *||| projecto publicação premiada*
Número de Texto: 02
Autor TAV escritor
Autorização de publicação
Concordo com as regras do evento

Ninguém me viu 

Se a saudade 
Por ventura 
Me procurar 
Ninguém me viu 

Não contém 
Sobre as rodadas 
E copos partidos 
Na lembrança 
Dela

Não falem sobre 
As Guerras 
Que travo
Longe de casa

Pós me sinto
Feliz embriagado
Que apaixonado
Aliás 
ponham a próxima
rodada na minha conta 

TAV
[19/4 16:45] marceloescritor: *||| projecto publicação premiada*
Número de Texto: 03
Autor TAV escritor
Autorização de publicação
Concordo com as regras do evento

Última vez 

Essa é a última 
Rodada que peço
Pensando em 
Ti 

Vou revirando 
Esses copos 
Girando garrafas 
Para te tirar da mente 
Pois no coração tu já não estás 

Liguei te nessa 
Madrugada para ouvir te pela última vez 
E ter certeza que 
O telemóvel ainda toca 

Oque adianta
Viver no mar 
De saudades 
Se vivo na sensação
De quem se afoga ?

TAV
[19/4 16:47] marceloescritor: *||| projecto publicação premiada*
Número de Texto: 04
Autor TAV escritor
Autorização de publicação
Concordo com as regras do evento


Becos 

Me perdi num mundo
Que o desconheço
Onde nem me importa 
O beco de saída 

Pois 
Aque agente quebra barreiras 
Abrimos corações
E relémos poesias sem fronteiras 

Unimos laços 
Dos que até a esperança 
Os tinha abandonado 
Pregamos poesias de alegria 
Em gente que á tempos não sorria 

Doutro lado do mundo 
A minha alegria se multiplica 
Quando escuto 
As gargalhadas da minha filha

TAV
[19/4 16:58] marceloescritor: *||| projecto publicação premiada*
Número de Texto: 05
Autor TAV escritor
Autorização de publicação
Concordo com as regras do evento

Pescadores

Navegamos 
Em ondas turbulentas 
Desviamos tempestades
Enquanto a minha mãe 
Raspa o joelho orando por nós 

Pescamos 
De atum a camarão
Viajamos de rios
A oceanos  esquivamos 
Piratas e tubarões 

Contribuirmos 
Na economia 
Exportamos caranguejo 
Para Europa e recitamos 
Poesias dos pescadores 

Enquanto a maré 
Baixa dou meia volta 
Para casa devolver 
O sorriso a minha mãe

TAV escritor
Fotografia @Niconico
[19/4 17:54] marceloescritor: III Projeto Publicação Premiada
Texto 12
Autor: Leonardo Holderbaum
Autorizo Publicação
Concordo com as regras do evento

O TEMPO NÃO GOSTA DE VOLTAR

Você se foi, pegou o trem das 11 horas,
Partiu sem rumo, deixou apenas um diário 
de estrelas caídas no céu.
Fiz um poema para você se lembrar,
A distância talvez não seja tão má assim minha amiga.

Os loucos são aqueles que tem a capacidade de sonhar,
Fazendo sonetos que muitas vezes nunca sairão do papel.
Mas escute minha amiga, ainda guardo versos para ti,
Que tal voltarmos uns anos no tempo?
Viver o ontem como se fosse o novo hoje.

O tempo não volta, o tempo não gosta destas brincadeiras,
Nada é eterno, cabe a nós o futuro.
Será que ao nos vermos muitos anos no futuro
Estaríamos dispostos a tentar?
Nos reconheceríamos um no outro,
E as lembranças de uma bela amizade aflorariam novamente?

Como é curioso os passageiros que partem,
E mais ainda os que permanecem na estação.
Mas os loucos ainda têm a capacidade de sonhar,
E nestes devaneios tudo parece menos constituído
O tempo, o trem e você. 

Leonardo Holderbaum
[19/4 17:54] marceloescritor: *III Projecto Publicação Premiada*
Número do texto: 13
Autor: Egas Tembe
Autorização de Publicação
Concordo com as regras do evento.


*Sinto-me Vitorioso*


Foram anos de quietação
Sem revelar meus poemas
Que residem no coração
Em mero veículo de problemas 

Eu era um ônibus parado
Olhando os problemas
Uns saindo e outros entrando
Entravam e desciam eles...

Enquanto eu ali parava 
E a luz verde me assistindo
Esperando o meu avanço
Mas nada em mim andava

Até que hoje decidi mover-me
E acotovelar minha preguiça
Que os problemas possam ver-me
Realizar minha própria justiça

Durante anos senti-me inútil
Obstante do desabafamento valioso
Mas hoje sou e sinto-me útil
Para sagrar-me da vida um vitorioso.
[19/4 18:00] marceloescritor: *III Projecto Publicação Premiada*
Número do texto: 14
Autor: Egas Tembe
Autorização de Publicação
Concordo com as regras do evento.


*Olhos Castanhos*


Desbravei rios e mares
Para ver novos olhares
Até nas matas busquei
Mas ainda não encontrei
Olhos iguais aos teus.

Conheci diversos seres
De olhos azuis vi pássaros,
Pretos, cabritos e bois
Nenhum deles é tão belo
Como vós e seus olhos sois.

Cego á meia luz quase fiquei
Deslumbrado com o teu ser,
Beleza rara e uma arte de viver
O convite a apreciação aceitei
Porque és bela e agora eu sei.

Foram tantas as cores que vi
Naquele matagal verdizado
Com árvores robustas 
Suas cores levaram-me a ti
E achei a razão de minhas buscas.
[19/4 19:31] marceloescritor: III Projeto Publicação Premiada
Texto 12
Autor: Leonardo Holderbaum
Autorizo Publicação
Concordo com as regras do evento

O TEMPO NÃO GOSTA DE VOLTAR

Você se foi, pegou o trem das 11 horas,
Partiu sem rumo, deixou apenas um diário 
de estrelas caídas no céu.
Fiz um poema para você se lembrar,
A distância talvez não seja tão má assim minha amiga.

Os loucos são aqueles que tem a capacidade de sonhar,
Fazendo sonetos que muitas vezes nunca sairão do papel.
Mas escute minha amiga, ainda guardo versos para ti,
Que tal voltarmos uns anos no tempo?
Viver o ontem como se fosse o novo hoje.

O tempo não volta, o tempo não gosta destas brincadeiras,
Nada é eterno, cabe a nós o futuro.
Será que ao nos vermos muitos anos no futuro
Estaríamos dispostos a tentar?
Nos reconheceríamos um no outro,
E as lembranças de uma bela amizade aflorariam novamente?

Como é curioso os passageiros que partem,
E mais ainda os que permanecem na estação.
Mas os loucos ainda têm a capacidade de sonhar,
E nestes devaneios tudo parece menos constituído
O tempo, o trem e você. 

Leonardo Holderbaum
[19/4 21:14] José Do Carmo ES: III Projeto Publicação Premiada
Texto 29
Autor: José Carlos do Carmo
Autorizo Publicação
Concordo com as regras do evento.

LÁ VAI O ÍNDIO

Lá vai o índio
Pelo que resta
Da sua floresta

Agora está vindo
Não trouxe sua caça
Não trouxe sua pesca

Não está cabisbaixo
Mesmo assim acho
Que está desolado

Porque procurou
Mas não encontrou
O que teria matado

Se não traz alimento
Vai ter sofrimento
Aos seus em sua oca

Agora só vai ter
Mas não dá pra viver
Só comendo pipoca

Lá vai o índio
De novo na ativa
Noutra tentativa

Tomara que ele
Dessa vez volte
Tendo tido sorte

Não sei falar dele
Mas saiba que sou
Seu admirador!

Viva ao índio caçador!
E também aos demais:
Que vivam todos na paz!

(Santa Teresa-ES, 19 de abril de 2022)
[19/4 21:18] Ma P Da Silva: ||| Projeto Publicação Premiada
Texto 08
Autora: Maria Pinto da Silva
Autorizo Publicação
Concordo com as normas do evento

SERÃO SÓ PASSADO

Agarrei meu sonho e segui
Sem me preocupar com as dificuldades
Que eu poderia encontrar no caminho.

Eu não poderia deixar para trás
O sonho mais bonito do meu coração
Mesmo que eu tivesse que andar sozinha.

Usei minhas forças pra quebrar barreiras
Quase desisti antes do final
Mas eu sou guerreira e não posso parar.

Mesmo que eu tropece com meus pés em pedras
Me fure em espinhos, caio e me levanto
E mesmo sangrando irei continuar.

Sei que lá na frente encontrarei as flores
Os espinhos e as pedras serão só passado
E eu me depararei com a realidade.

Sentirei o doce aroma da alegria
Minh'alma cantará uma canção de paz
Porque encontrarei lá minha felicidade!
                       Maria Pinto da Silva: 07/04/2022
[19/4 22:12] José Do Carmo ES: III Projeto Publicação Premiada
Texto 30
Autor: José Carlos do Carmo
Autorizo Publicação
Concordo com as regras do evento.

CHEGO A VIAJAR

Num alto é a cachoeira
E no outro é meu trabalho.
Escuto a sua zueira
Mas não me atrapalho.
Muito pelo contrário:
É como um canário
Cantando num galho!

É porque ela está
Lá no alto dela.
E eu no alto de cá
Donde a vejo tão bela.
É que da pra escutar
Ela no seu cantar
A me embalar!

Chego a viajar...

Barulhos da Natureza
Não nos perturba não.
Pois tem a leveza
De uma bela canção.
Parece uma ave
Cantando na árvore
O seu canto suave!

Só um pouco que vejo
Das águas passando.
Mas parece que as beijo:
Que estamos beijando.
Quando o dia completa
Pra casa volta o poeta
Pedalando a bicicleta!
(Santa Teresa-ES, 19 de abril de 2022)
[19/4 22:15] Ma P Da Silva: ||| Projeto Publicação Premiada
Texto 09
Autora: Maria Pinto da Silva
Autorizo Publicação
Concordo com as normas do evento

O AMOR NUNCA DIZ ADEUS

Apesar de ser bonito
E importante para a vida
Ele sofre de cegueira.
Olha pedra enxerga ouro
Olha espinhos enxerga flores.

Em nada ele vê defeitos
Deixa todo mundo bobo
Sorri de tudo e de nada.
Condições nunca impõe
Pois o amor é verdadeiro.

Falso amor nunca existiu
Isso é coisa de poeta!
É de verdade ou não é.
Só há uma forma de amar
Não há vários tipos de amor

Nem há amor incompleto
O amor tem só uma fôrma
E ninguém pode alterar.
Não se ama mais nem menos
O amor é tamanho único.

Apesar de ser bandido
Roubar corações e almas
No ser que ele faz morada
Ele fica para sempre...
O amor nunca diz adeus!
        Maria Pinto da Silva: 07/02/2003
[19/4 22:53] Ma P Da Silva: ||| Projeto Publicação Premiada
Texto 10
Autora: Maria Pinto da Silva
Autorizo Publicação
Concordo com as normas do evento

EU JÁ FUI ASSIM

Eu já fui assim:
Pequena criança
Sonhava bonito
Sorria de tudo
Chorava por nada.

Eu já fui assim:
Criança feliz.
É que eu não sabia
Que crescer doía
E a vida mudava.

Eu já fui assim:
Corri pelos campos
Tomei banho de chuva
Brinquei ao luar
Nada me magoava.

Eu já fui assim:
Tive coração puro
Pensamentos inocentes...
Todos eram bons
E à todos eu amava.

Eu já fui assim:
Porém eu cresci
E a vida me tirou
A venda dos olhos...
Passei a enxergar.

Não sou mais assim
Porque o tempo passou
E me mostrou a verdade
Que eu não conhecia
Pois era criança e só sabia amar!

Eu sinto tristeza
Ao ver a distância
Que me separou da felicidade
E a saudade insiste
Em me fazer retornar

Lá na minha infância
Onde eu não sofria
Se ralava toda e não doía...
Mas hoje estou chorando
Porque dói lembrar!
      Maria Pinto da Silva: 21/04/2002
[19/4 23:23] José Do Carmo ES: III Projeto Publicação Premiada
Texto 31
Autor: José Carlos do Carmo
Autorizo Publicação
Concordo com as regras do evento.

EU QUERIA CANTAR BONITO...

                      I
Eu queria cantar bonito
Do jeito de um periquito:

Passarinho tão verdinho!

                      II
Cantaria numa orquestra
Tão boa que até sequestra:

Corações com suas paixões!

                      III
E sentado sobre um dado
Pintar um lindo quadro:

Maior que todos e melhor!

                         IV
E quando ele pintado fosse
Eu lhe daria ele, meu doce,

Carinhosamente de presente!

                           V
Queria também ser cronista:
Seria uma grande conquista

Na vida minha, M. Aparecida!

                            VI
Tudo então eu dedicaria
À você Aparecida Maria:

Sem nenhuma dúvida, bem!
(Santa Teresa-ES, 19 de abril de 2022)
[20/4 05:50] Jandira Ribeiro: III Projeto Publicação Premiada
Texto 13
Autor: Leonardo Holderbaum
Autorizo Publicação
Concordo com as regras do evento

MUDANÇA DE FASE

Estou numa fase onde sigo o sabor das estações,
Nada parece tão imutável, tampouco constante,
Apenas sigo o fluxo do minuano que corta os pampas,
Este que parece de alguma forma acalentar
Mais do que as fogueiras e fogos de chão.

Olho o espelho e me vejo como sou,
Meu rosto já esta com as marcas do tempo,
Embora ainda me julgue muito moço,
Não posso negar que a barba que cresce rala
e as olheiras já me dizem 
que bati na porta de uma certa idade.

Tem sempre algo, novos ciclos que surgem
É como as frutas que nascem após as flores,
Nunca são iguais as anteriores, 
Embora externamente ainda possam parecer,
Olhando mais de pertinho se percebe
Seja a cor ou o sabor,
Nada é igual como antes,
Nem as frutas nas árvores,
Tampouco as estações da alma.

Leonardo Holderbaum
[20/4 08:11] marceloescritor: *III Projecto Publicação Premiada*
Número de texto: 21
Autor: Olinda Vilanculos
Autorização de Publicação
Concordo com as regras do evento.

Por quê paramos

Por quê paramos de lutar 
De bater nas portas 
De gritar ou mesmo chorar 
De segurar com unhas e garras o nosso lar? 

Construímos e derrubaram 
Começamos e nos pararam
Questionamos, questionamos 
Eles simplesmente se calaram. 

Éramos os melhores 
A nossa presença chamava atenção 
Precisavam de nós 
Mas eles nos pararam 

Do sucesso para vergonha 
De alegria para angústia 
Com perguntas sem respostas 
Não havia razões expostas.
[20/4 13:28] José Do Carmo ES: III Projeto Publicação Premiada
Texto 32
Autor: José Carlos do Carmo
Autorizo Publicação
Concordo com as regras do evento.

ROSA OU QUAL DAS FLORES?

           Por extrema teimosia eu a encontrei pela primeira vez dia três de agosto de 2007, não tenho vontade alguma de dizer onde foi que eu a contemplei naquelas horas da "tarde estrelada". E podia ser que eu voltasse a procurá-la em breve. Voltei. Não era dia lindo quando voltei, mas tudo, pelo menos para mim, parou de existir no universo inteiro; e apenas no dois existíamos. E sempre dessa forma acontecia: retornaria? E retornava...  Até que o cata-vento, por tempo limitado, a saber, pareceu-me engrenar de vez...
          Ela tinha sempre uma suave canção em seus facinantes lábios... que atraia mais que o canto da sereia que conhecemos do folclore...
          Porém, como era mesmo de se esperar, chegou um tempo que tive a impressão de que não fosse mais ter fim, em que o cata-vento quase emperrava... pois havia alguma possibilidade da estrela grande se apagar, desmaterializar, findar. Muitas vezes, para algum alento meu, pude verificar que ela brilhava belamente ainda. Contudo aí,  foram mentos de vastos tormentos: um turbilhão de dúvidas me povoava inteiramente o ser. Vivia eu me perguntando: ela é rosa ou qual das perfumadas flores? 
         E ainda mais esticado foi o período após o encontro que viria a ser de despedida, para sempre iria embora, podia ser que um dia... O cata-vento só não emperrou de vez, porque, embora o meu pensamento tivesse alto grau de negatividade, não tinha certeza de que ela não brilhasse em algum canto da nossa arredondada Terra.
          Padeci a ausência, o afastamento..., mas resolvi sofrer em outras mãos que por sinal, mais frias. Inevitavelmente ia ficar sequelas...
(Parte de:
VINTE
VINTE
AGORA
2011 em Santa Teresa- ES)
[20/4 15:39] marceloescritor: *III Projecto Publicação Premiada*
Número de texto: 21
Autor: Olinda Vilanculos
Autorização de Publicação
Concordo com as regras do evento.

Por quê paramos

Por quê paramos de lutar 
De bater nas portas 
De gritar ou mesmo chorar 
De segurar com unhas e garras o nosso lar? 

Construímos e derrubaram 
Começamos e nos pararam
Questionamos, questionamos 
Eles simplesmente se calaram. 

Éramos os melhores 
A nossa presença chamava atenção 
Precisavam de nós 
Mas eles nos pararam 

Do sucesso para vergonha 
De alegria para angústia 
Com perguntas sem respostas 
Não havia razões expostas.
[20/4 15:39] marceloescritor: *III Projecto Publicação Premiada*
Número de texto: 23
Autor: Olinda Vilanculos
Autorização de Publicação
Concordo com as regras do evento.

Ele vai mudar

Mana, só foi uma vez
Eu o provoquei
Eu que publiquei a minha nudez
Reconheço que mau me comportamentei.

Sei que choro todos os dias
Grito, lamento
Até penso em recuar
Mas sei que ele vai parar.

Lembro que temos vários anos juntos
O nosso caso não pode desmoronar
Preciso lutar por este lar
Ele vai mudar.

Mas já não consigo sorrir
Não tenho voz
Estou cansada
Já não consigo me levantar
Mas ele vai mudar.
[20/4 15:39] marceloescritor: *III Projecto Publicação Premiada*
Número de texto: 22
Autor: Olinda Vilanculos
Autorização de Publicação
Concordo com as regras do evento

Desabafo

Fingiu ser meu vizinho
Tocava nas minhas coxas
Adjectivos à demanda
Dava-me doce
Eu era sua querida.

Decidiu trocar a cor do mundo
Amarrou-me
Tornou-me sua presa
Sem voz, fez de mim muda.

Não pudi gritar
Nem a quem contar
Eram quatro paredes
Sem ouvidos nem visão.

Foi dor com nome
Para mim, mas não para quem sentia fome
Ninguém interviu
Mas as marcas não saem de mim.
[20/4 15:39] marceloescritor: *III Projecto Publicação Premiada*
Número de texto: 24
Autor: Olinda Vilanculos
Autorização de Publicação
Concordo com as regras do evento.

Eu Vim De Cabo Delgado

E de lá 
Cabo foi Delegado
Foi trocado
É o que tenho notado

Sou Sara, mãe de 6 filhos
Mas deles não me restam fotos e nem roupas
As meninas foram levadas
E os meninos, eu vi a morte de cada um.

Eles foram catanados, chicotados
O chão virou talho
Pois os meus meninos foram transformados em pedaços
Não pude lhes defender
Não pude levar sua orelha nem o seu braço.

Lá, se você não morre eles te matam
Se você não corre eles te caçam
A população de lá precisa fugir da maldade
Da violência e da crueldade.

Insurgentes?
Eles te arrancam a família
Queimam a sua casa
E derramam sangue em sua frente.

Deus, coloque a mão na minha cabeça
E veja o que se passa naquela caça
Pai, eles sentem fome
Estão sendo aniquilados
Estão presos numa jaula à sentença matança.

Nas casas que eu passava
Já não ouvia aquela voz
"olá comadre"
Só via corpos no chão
Vários tapetes vermelhos estendidos no chão
Falo do sangue derramado.

Cansamos de correr
De fugir e de morrer
Sabemos que somos pecadores
Mas não há quem possa zelar.

Chega de fome
O mal estigado do prato de capim
Chega de corridas sem fim
De mortes sem caixões
De cemitérios sem flores.

Chega de viúvas sem luto
De Órfãos que não podem lutar
Chega de guerre
Oremos por Cabo Delegado.
[20/4 15:45] marceloescritor: III Projeto Publicação Premiada
Texto 32
Autor: José Carlos do Carmo
Autorizo Publicação
Concordo com as regras do evento.

ROSA OU QUAL DAS FLORES?

           Por extrema teimosia eu a encontrei pela primeira vez dia três de agosto de 2007, não tenho vontade alguma de dizer onde foi que eu a contemplei naquelas horas da "tarde estrelada". E podia ser que eu voltasse a procurá-la em breve. Voltei. Não era dia lindo quando voltei, mas tudo, pelo menos para mim, parou de existir no universo inteiro; e apenas no dois existíamos. E sempre dessa forma acontecia: retornaria? E retornava...  Até que o cata-vento, por tempo limitado, a saber, pareceu-me engrenar de vez...
          Ela tinha sempre uma suave canção em seus facinantes lábios... que atraia mais que o canto da sereia que conhecemos do folclore...
          Porém, como era mesmo de se esperar, chegou um tempo que tive a impressão de que não fosse mais ter fim, em que o cata-vento quase emperrava... pois havia alguma possibilidade da estrela grande se apagar, desmaterializar, findar. Muitas vezes, para algum alento meu, pude verificar que ela brilhava belamente ainda. Contudo aí,  foram mentos de vastos tormentos: um turbilhão de dúvidas me povoava inteiramente o ser. Vivia eu me perguntando: ela é rosa ou qual das perfumadas flores? 
         E ainda mais esticado foi o período após o encontro que viria a ser de despedida, para sempre iria embora, podia ser que um dia... O cata-vento só não emperrou de vez, porque, embora o meu pensamento tivesse alto grau de negatividade, não tinha certeza de que ela não brilhasse em algum canto da nossa arredondada Terra.
          Padeci a ausência, o afastamento..., mas resolvi sofrer em outras mãos que por sinal, mais frias. Inevitavelmente ia ficar sequelas...
(Parte de:
VINTE
VINTE
AGORA
2011 em Santa Teresa- ES)
[20/4 16:57] Jandira Ribeiro: III Projeto Publicação Premiada
Texto 14 
Autor: Leonardo Holderbaum
Autorizo a publicação
Concordo com as regras do evento


TATUAGEM

Fiz tatuagens para lembrar fatos da vida,
Tem gente que não gosta,
E até reclama chamando de coisa feia,
Onde já se viu fazer isso com o corpo.

Tenho poucas tatuagens, não exagero.
Signo. Profissão. Memórias. Brasão da família.
Para mim está mais que bom,
Não preciso tatuar todo o corpo,
Tampouco sinto necessidade disso.

Tem gente que faz de tudo no corpo,
Já nem sabe onde começa, 
Tampouco termina alguma imagem.
Não sou desses, até respeito
Deve significar algo.

Minhas tatuagens dizem quem sou,
São como cicatrizes marcadas no corpo,
Símbolos de algo pessoal a mim,
Como tantos outros antes do meu tempo,
Também deixavam mensagens,
De egípcios a xamãs,
Cada um sabe o limite,
Cada um sabe os motivos.

Leonardo Holderbaum
[20/4 18:00] marceloescritor: *III Projecto Publicação Premiada*
Número do texto: 15
Autor: Egas Tembe
Autorização de Publicação
Concordo com as regras do evento


*NDZI_XUVA_JASSE*

Antes que o chão eu lamba
Quero lamber algumas palavras 
Ao homem do lambimento.
Ti Lambito, meu sangue, carne...

Esfolei minha pobre alma 
Só p'ra lamber-te estas palavras
Palavras de irmão, vindouras do coração
Que não  cabem na minha palma
Mas são elas, de eterna gratidão

Eu até já sinto saudades 
Tal como sentira o Embaixador
"NDZI XUVA JASSE"
Muita alegria, muitas verdades 
Exteriorizo por ti o meu amor

Pai do Melk, Maivasse e da Tizangara
Quase não reconheci a minha fazenda
Pois, graças a sua audácia ela está semi-nua
Abateste os meus coqueiros, mas JASSE!
Despistes a beldade que nela habitava,
Cuidado Caires no olho da rua (rsrsrsrsrs)

Não te intimides,
Eu amo-te mesmo assim e
Almejo que por mim te sintas também amado
Que Deus abençoe a ti
E à esse teu grande nariz empinado.

Ti Lambito, Dupla do Luchelo 
É por vós que o dia torna-se belo,
Inventores de grandes passos
Algo ritmado ao marrabenta 
Faz-me lembrar do meu velhote (Kota Tembe)
Certamente vocês ainda eram miúdos
Quando eu e ele bailavamos na #B_Five
Na companhia de uma alta Wife,
Falo-vos dos anos setenta.
[20/4 18:00] marceloescritor: *III Projecto Publicação Premiada*
Número do texto: 16
Autor: Egas Tembe
Autorização de Publicação
Concordo com as regras do evento.



*AQUi*

Neste pequeno pedaço de terra
Onde meus nobres progenitores
Um castelo de caniço ergueram,
Aqui nesta enorme fazenda
Num labirinto de coqueiros onde
Às vezes me perco e tempero a vida
Com os deliciosos frutos.

Deslumbrado pelo relvado
De um jardim, não o Éden,
De flores cheirosas recheado
Um verdadeiro encanto a cada canto.

Aqui é onde certamente me encontro e, 
ressuscito a minh'alma
É onde me sinto vivo
Como se dá noite ao dia 
Minha voz exaltasse poesia
É! Sinto o sabor da liberdade
Temperando minhas esperanças.

Aqui é onde germinam motivos
Para não questionar a árvore da vida,
Pois, me conecto com minh'alma
E outras almas que não estão mais aqui.

É aqui onde aprendi a andar
Antes de aprender a cair,
Aprendi a choramingar muito antes
De aprender a sorrir.

É aqui onde meus olhos 
Foram ensinados a ver, ler e escrever
Mas bem antes de aprender a amar
Fui incrivelmente amado pelos meus pais
aqueles que trouxeram a independência
A este pequeno porém desvalorizado país
É por isso que aqui eu sinto-me em casa
E tenho orgulho por ter nascido aqui em Gaza.
[20/4 22:25] José Do Carmo ES: III Projeto Publicação Premiada
Texto 33
Autor: José Carlos do Carmo
Autorizo Publicação
Concordo com as regras do evento.

LONGE DA MÚSICA
("Parafraseando" Música ao Longe de Érico Veríssimo)

       Achava-me tão desnorteado que até tive a pretensão de tentar escrever um romance com o título de "Longe da Música", uma vez que alguém veio me pedir para cantar um hino da "minha religião" exatamente num dos muitos dias de desilusão horrenda, fazendo com que eu me recordasce de um salmo (da Bíblia, claro) que diz "... Pois foi lá que os opressores nós pediram;/  Exigiram alegria na tristeza:/ Cantai hoje para nós/ Algum canto de Sião./ Como cantar em terras estrangeiras...? Que se prenda a minha língua/ E se cole ao céu da boca/ Se de ti eu me esquecer/ Se não for Jerusalém/ Minha grande alegria..."
        Era assim que eu me sentia, exilado. Quando envolvido com"Rafaela", ainda participava da Igreja, cantava lá; apesar de já não estar tão engajado como antes, tinha o capricho de viajar em dias que não comprometecem as celebrações comunitárias de nossa Igreja Católica Apostólica Romana... E, ainda, ouvia cantar canções bonitas que me embalavam um tanto.
         Depois dessa morena deslumbrante, embora tão cheia de mistérios, com a outra, perdi toda a liberdade, se posso afirmar dessa maneira.
         Devem ler o breve esboço do início da tentativa de escrever o romance ao qual já tenho mencionado: "Nuvens dos anjos gentis, refiro-me àquelas alvas feito o algodão que tenho enxergado em alguns quintais do nosso poético chão, eram vistas imóveis e em pouca quantidade pelo amplo céu bem azulado, quando eu pensava em buscar coisas que me afastariam das cações sublimes... Canções sublimes não são para mim apenas as músicas sacras, mas também aquelas que lembram o livro bíblico "Cântico dos Cânticos" ou "Cantares".
       Bem de madrugada me dirigi a um local sem saber que o ônibus da "Viação Lírios dos Vales" não fazia mais aquela linha e, tendo sido informado, iniciei uma longa corrida até alcançar outro ponto de ônibus para a tão esperada viagem, quando já exausto, enfim consegui me embarcar cheio, repleto de expectativas."
(Parte de:
VINTE
VINTE
AGORA
2011 em Santa Teresa-ES)
[20/4 22:26] José Do Carmo ES: III Projeto Publicação Premiada
Texto 34
Autor: José Carlos do Carmo
Autorizo Publicação
Concordo com as regras do evento.

NOSSO BARQUINHO DE NOVO

      Tinha permanecido bem mais de 365 dias multiplicado por dois sem ver a mulher que vinha de "Coqueiral de Aracruz a Vitória" no "Águia Branca". Apesar de se ter passado tanto tempo, boa esperança verdejante ainda se encontrava armazenada, circulando no peito, quando novamente nossos caminhos voltaram a se cruzar casualmente... Nosso barquinho voltou a singrar um mar que não era de rosas azuis, mas avançamos firmes, resolutos. Não foi nada fácil a jornada empreendida: desunião, desencontros, constantes brigas. Entretanto, brigamos juntos, razão pela qual viemos a descobrir que tínhamos problemas sérios que ninguém poderia resolver por nós. Deveríamos enfrentá-los sozinhos com bravura, com garras, com absoluta coragem... E assim unidos nós convencemos de que sem Deus no coração era impossível vencer todos os obstáculos, suportar todas as provações. Não tínhamos mudado, entretanto, estávamos em constantes lutas. Fomos guerreiros. Estávamos quase sempre, porém, estávamos certos de que enfrentando os problemas de peitos abertos, venceríamos a batalha e, por fim, seríamos vitoriosos.
(Parte de:
VINTE
VINTE
AGORA
2011 em Santa Teresa- ES)
[20/4 22:27] José Do Carmo ES: III Projeto Publicação Premiada
Texto 35
Autor: José Carlos do Carmo
Autorizo Publicação
Concordo com as regras do evento.

LA PAZ, JERUSALÉM

VINTE VINTE AGORA é diferente! Segunda-feira, três de agosto, ano bissexto. Treze longos anos corridos desde 2007. A flor deixa de ter sete falsificadas pétalas. A rosa renasce com radiação esplendorosa! A linda flor é estrela_ a bela estrela é flor; a amada flor tem cinco penetrantes raios_ a desejada estrela tem cinco aromáticas pétalas.
Desta vez sim, definitivamente ela brilha com total intensidade! Espalha luz que realmente ilumina! E não apenas, pois também consideravelmente aquece!
Como é o nosso relacionamento ultimamente? É de uma cumplicidade inigualável... Vivemos os pés grudados no chão verde de esperança e com flores entre "pedras, espinhos"...; Com os olhos fixos, bem voltados para o céu branco de paz comprometida, e azulado de Divina Providência... Constantemente andamos com prudência radical a tal ponto que, tendo eu um sério compromisso na cidade de "Nuestra Señora de Lá Paz", viajamos nós... _ Tendo ela afazeres úteis na cidade de Jerusalém, viajo eu também (Não é bom que a "pessoa" esteja só ( Gê 2,18-25))... É a cumplicidade por excelência... Não tem mais volta... Nada mais segura a gente. Nunca mais o cata-vento vai emperrar (na vila)... São Bartolomeu, rogai por nós.

...............................................................................................

Vejam que tenho falado muito em cata-vento e o vento está soprando tanto no momento em nossa fronte e em tudo o mais nesse cenário... A propósito, hoje, 24 de agosto, é dia de São Bartolomeu. E dia de São Bartolomeu é dia de ter ventania..."
Parte de:
VINTE
VINTE
AGORA
2011 em Santa Teresa- ES)
[20/4 23:08] Ma P Da Silva: ||| Projeto Publicação Premiada
Texto 11
Autora: Maria Pinto da Silva
Autorizo Publicação
Concordo com as normas do evento

O AMOR MAIOR DO MUNDO

O amor maior do mundo
Foi a senhora quem me deu.
O seu colo, seu abraço.
Seu carinho é todo meu!

O sorriso mais bonito
Quando as lágrimas embargou.
Só para me ver feliz
Seu sofrimento guardou.

Eu te amo tanto, tanto!
És a força do meu ser.
A luz que me ilumina
A razão do meu viver.

Vida que gera vida
Dona do amor mais profundo.
Meu respeito e gratidão
Pelo amor maior do mundo!
                   Maria Pinto da Silva: 07/05/1996
[21/4 08:07] Jandira Ribeiro: III Projeto Publicação Premiada
Texto 15
Autor: Leonardo Holderbaum
Autorizo a publicação
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AMOR, APENAS AMOR

Eu não quero um amor desenvolvido,
Enquanto secamos uma garrafa de vinho.
Eu não quero um amor entre os lençóis,
Que no outro dia seja apenas lembranças.
Eu não quero um beijo por carência,
Ficar junto sem amor,
Tampouco vê-la e não toca-la.

Da janela posso ver constelações,
Lembranças que em outra vida admiravamos,
Pode ser minha imaginação fluindo
Ou talvez minha vontade de te encontrar.

Eu não quero um amor fragmentado,
Onde um outro ainda perdure na memória.
Eu não quero um amor sacrificado,
Que abra mão de seus sonhos e desejos.
Quero um amor que quando entra na vida
Ele preencha, todo aquele sentimento resguardado.

Leonardo Holderbaum
[21/4 08:17] marceloescritor: 🤔 III  Projeto de Publicação Premiada
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Legendas: 🏵️ 50 textos ; 100 textos 🏆
Marcelo de Oliveira Souza,IwA
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