Na calada da noite fui,
mais uma vez, enganado
pelos meus próprios filhos
que não reconheço mais.
Tenho por eles vergonha,
mais que isso, tenho nojo,
uma ira incontida...
Filhos desnaturados,
hipócritas, mentirosos
que só pensam em vantagens,
tirar proveito de tudo.
Verdadeiros sanguessugas.
Teve um que ousou dizer
que político é profissão,
tal qual um professor,
um médico, um policial,
um ator, um agrimensor...
Mas que profissão é essa
que além de um alto 'salário',
só comparece ao 'trabalho'
uns três dias na semana.
No mais tudo conta extra,
até para atraiçoar,
votando na madrugada,
ente cochilos e roncos,
medidas indecorosas
que causam indignação
a mim e a todo o meu povo
que já não aguenta mais
tanto deboche, cinismo,
cilada e depravação
no Congresso Nacional
e, em todas as instâncias,
nos Municípios e Estados,
culminando em Brasília,
que ao invés de dar exemplo,
ensina tudo que é sórdido,
grandes negociatas,
conduzindo-me ao caos,
numa desordem total,
como aconteceu agora
na Câmara Federal,
numa votação marcada
com a intenção de enganar,
de ludibriar o povo
como vem fazendo e faz,
aproveitando o momento
de dor e de sofrimento,
quando o meu povo chorava
pela perda de irmãos,
na tragédia do avião
com o time chapecoense,
agindo às escondidas,
pela madrugada afora,
com as portas bem trancadas
numa reunião pública
a qual deveria ser
aberta à população.
Mas não. Traiçoeiramente
os senhores deputados
legislavam em causa própria,
distorcendo a punição
que poderiam sofrer,
assim como os senadores,
o atual presidente
e ex-presidentes também,
para punir quem os julgam,
desmascaram os seus roubos,
mostram as caras que eles têm,
arrancando-lhes as máscaras.
Será que eu aguentarei
tanta armadilha e traição
da enorme classe política?
Vá, meu povo, para as ruas
clamar pelos seus direitos,
exibir nome por nome
dos políticos indignos,
em faixas monumentais,
ao som do Hino Nacional,
vestindo verde e amarelo,
gritando: Brasil! Brasil!
Heloisa Crespo
30/11/2016
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