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domingo, 4 de dezembro de 2016




Gedalva Neres da Paz de Salvador Bahia
Vencedora do IV Prêmio Literário Escritor Marcelo de Oliveira Souza,iwa




Jonata Henrique
Participante do  concurso e do livro do IV Prêmio Literário Escritor Marcelo de Oliveira Souza,iwa


Quem desejar ser avisado do próximo é só enviar uma mensagem para marceloosouzasom@hotmail.com



Marcelo de Oliveira Souza,iwa


sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Rapunzel do Sertão















    Rapunzel do Sertão


Numa região rural, ao nordeste da Bahia, tinha uma garota que se destacava perante todas as outras famílias, que tinham como rotina, a subsistência na agricultura, plantando e colhendo feijão.
As famílias sempre tinham uma renda baixa, contudo muita força de vontade, pois todos participavam alegremente dos serviços de plantio na maior boa vontade, onde era uma constante a amizade e união entre todos, sem falar na inocência que caracteriza todos que habitam o agreste.
Nesse quadro, Mariana e sua família mantinham o seu cotidiano, em que aqueles lindos olhinhos negros eram a janela para uma mente cheia de força de vontade e de informação.
Certo dia, ao dirigir-se para a sede da cidade de Araci, a fim de vender o produto do seu suor e desprendimento, Rivaldo, pai da nossa personagem, deparou-se com um livro chamado: A história de Rapunzel, cuja capa existia uma linda princesa com longos cabelos dourados numa das torres de um enorme castelo, o que realmente encantou a nossa garota, que pediu ao seu pai um exemplar do livro, pois a atraiu de pronto!
Como ela não sabia ler, teve que pedir ao seu pai que não era bom na arte de decifrar aquelas letras, contudo sempre ao meio dia, após o almoço, Reinaldo dava um jeito de concatenar as palavras e produzia um bom resultado.
Assim Mari, como era carinhosamente chamada, atentamente ouvia a leitura do seu genitor, participando de cada uma “cena” emocionante e tentava gravar cada parte para passar adiante, fingindo uma leitura, que realmente era o sonho dela. As rodas iam se formando em um manto de admiração, pois uma garota tão pequena lendo um livro! Era realmente de espantar a todos naquele quase inóspito lugarejo, onde todos chamam vulgarmente de “roça”.
A garota percebeu que o mundo da leitura é a verdadeira porta para a informação, diversão e sabedoria, por isso o seu grande desejo realmente era aprender a ler aquele livro tão bonito e encantador, para de fato passar para as outras pessoas, o que repentinamente apareceu a sua chance, pois a prefeitura tinha acabado de designar uma professora para alfabetizar as pessoas do lugarejo, lá na casa de farinha, onde as pessoas processavam a mandioca.
Com isso, a nossa garotinha conseguiu “decolar” no seu sonho e ao alfabetizar-se, prosseguiu nos estudos, mesmo com uma defasagem diante dos colegas, sempre se destacava, até no colégio daquela cidadezinha - cujo lugar parece tão grande para quem vem dos distritos - em que ela tinha que ir de carona numa carroça com um único morador que fazia o transporte de todos, rotineiramente.
Hoje, a professora Mariana, trabalha em sua sala de aula com crianças “sedentas” de informação igualzinho a ela, e sua amiga de tranças de mel, trancada na torre do castelo, “puxa” os alunos da nossa grande personagem, para o mundo mágico da leitura e do conhecimento ao ler aquele mesmo livro, mas a fama da garotinha esforçada, que lutou para não ficar sem instrução ante as outras com maiores oportunidades, deixou um feito, digno da estória infantil. Suas tranças negras ficaram na imagem de todos os lavradores, que sempre ao vê-la dizem:

 - Olhe a Rapunzel do Sertão! 


Marcelo de Oliveira Souza,iwa

* Do Livro do Autor Conto & Reconto



























Fwd: DESABAFO DE UM PAÍS

Amigos, 

Vejam o desabafo do Brasil.
Grande abraço.
Heloisa Crespo


 DESABAFO DE UM PAÍS

 

Na calada da noite fui,

mais uma vez, enganado

pelos meus próprios filhos

que não reconheço mais.

Tenho por eles vergonha,

mais que isso, tenho nojo,

uma ira incontida...

Filhos desnaturados,

hipócritas, mentirosos

que só pensam em vantagens,

tirar proveito de tudo.  

Verdadeiros sanguessugas.

Teve um que ousou dizer

que político é profissão,

tal qual um professor,

um médico, um policial,

um ator, um agrimensor...

Mas que profissão é essa

que além de um alto 'salário',

só comparece ao 'trabalho'

uns três dias na semana.

No mais tudo conta extra,

até para atraiçoar,

votando na madrugada,

ente cochilos e roncos,

medidas indecorosas

que causam indignação

a mim e a todo o meu povo

que já não aguenta mais

tanto deboche, cinismo,

cilada e depravação

no Congresso Nacional

e, em todas as instâncias,

nos Municípios e Estados,

culminando em Brasília,

que ao invés de dar exemplo,

ensina tudo que é sórdido,

grandes negociatas,

conduzindo-me ao caos,

numa desordem total,

como aconteceu agora

na Câmara Federal,

numa votação marcada

com a intenção de enganar,

de ludibriar o povo

como vem fazendo e faz,

aproveitando o momento

de dor e de sofrimento,

quando o meu povo chorava

pela perda de irmãos,

na tragédia do avião

com o time chapecoense,

agindo às escondidas,

pela madrugada afora,

com as portas bem trancadas

numa reunião pública

a qual deveria ser

aberta à população.

Mas não. Traiçoeiramente

os senhores deputados

legislavam em causa própria,

distorcendo a punição

que poderiam sofrer,

assim como os senadores,

o atual presidente

e ex-presidentes também,

para punir quem os julgam,

desmascaram os seus roubos,

mostram as caras que eles têm,

arrancando-lhes as máscaras.

Será que eu aguentarei

tanta armadilha e traição

da enorme classe política?

 

Vá, meu povo, para as ruas

clamar pelos seus direitos,

exibir nome por nome

dos políticos indignos,

em faixas monumentais,

ao som do Hino Nacional,

vestindo verde e amarelo,

gritando: Brasil! Brasil!

 

Heloisa Crespo

30/11/2016 
           
         







Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre. 
               Paulo Freire   



 
 
 
 
 
                                                                                           




 







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Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre. 
               Paulo Freire